A comida na Argentina é conhecida mundialmente pela qualidade da carne bovina, pelas famosas parrilladas (churrascos) e pelas tradições gaúchas. Tudo isso alimentou o nosso imaginário enquanto viajávamos pelo país, e tentámos provar o máximo que conseguimos. Algumas coisas surpreenderam — outras, nem tanto.
Neste artigo, vamos explorar o que comer na Argentina, partilhando os nossos pratos preferidos, recomendações e algumas dicas úteis. Falamos dos pratos principais, da comida de rua, das sobremesas tradicionais e também das bebidas típicas.
Vem descobrir connosco os sabores mais típicos da Argentina no nosso guia de comida argentina!
Page Contents
O que deve saber sobre a comida na Argentina
Ao longo da sua história, a Argentina recebeu muitos emigrantes, especialmente no início do século XIX, e isso nota-se bastante na comida. Encontram-se muitos pratos com influência italiana, como as massas e as pizzas (aliás, Buenos Aires é conhecida por ter a maior quantidade de pizzarias por habitante no mundo!). Também há uma forte influência alemã e da Europa Central, especialmente visível na zona de Bariloche, com os seus bolos e chocolates deliciosos. Sem falar da herança gastronómica espanhola, presente em praticamente todos os pratos. E claro, a influência indígena, principalmente dos povos andinos e guarani, está bem patente no consumo abundante de erva-mate, por exemplo.
Como acontece em muitos países, e ainda mais num país tão grande e diverso como a Argentina, há muita variedade e especificidade regional. Cada zona tem o seu clima, os seus ingredientes locais e, por isso, os seus próprios sabores. Por exemplo, consome-se muita carne de llama e batatas nas zonas andinas, truta e salmão na região de Bariloche e da Patagónia, e peixe e marisco mais a sul.
E não dá para falar de comida argentina sem mencionar a importantíssima cultura da carne, que atravessa todo o país. A Argentina tem uma longa tradição ligada ao gado e à pastorícia dos gauchos, sendo as parrilladas (churrascos) um dos pratos mais emblemáticos, normalmente com vários cortes de carne de vaca grelhados.
Infelizmente, esse lado da gastronomia acabou por nos desapontar um pouco. Não sabemos se íamos com as expectativas demasiado altas ou se tivemos azar com os restaurantes, mas a verdade é que achámos a carne muito cara, as doses pouco generosas e, honestamente, a qualidade não era nada por aí além.
Outro ponto que temos de referir foi o preço da comida durante a nossa viagem em 2024. Estava tudo muito caro, e a qualidade, na maior parte das vezes, era mediana, com pouca variedade, especialmente nas zonas mais turísticas como a Patagónia, onde ficámos bastante desiludidos. Por outro lado, em Buenos Aires achámos que havia mais opções acessíveis e até encontrámos restaurantes baratos muito bons. Outra região onde gostámos mesmo da comida foi o norte da Argentina, na zona andina, aí a gastronomia era mais variada e com pratos bem interessantes.
Ingredientes da comida Argentina
A Argentina é um país enorme, com uma grande diversidade de ingredientes e formas de os preparar que variam bastante de região para região.
Os ingredientes mais famosos e que mais se destacam na gastronomia argentina são:
- Chimichurri – O molho mais conhecido da Argentina (e também muito tradicional no Uruguai). Leva salsa, orégãos, alho, pimenta vermelha, vinagre de vinho tinto, azeite e sal. Tem um sabor fresco e ligeiramente picante, e é usado sobretudo para acompanhar carnes grelhadas.
- Carne de lhama – Muito comum no norte da Argentina, especialmente nas províncias de Jujuy e Salta. A lhama adapta-se bem à altitude, ao contrário dos bovinos. A carne é branca e costuma ser usada em guisados e ensopados. Também é possível encontrar milanesas feitas com carne de lhama.
- Cordeiro – Tem um papel de destaque na gastronomia argentina, especialmente na Patagónia, onde é consumido com frequência. Dois pratos típicos são o cabrito provençal e o cordeiro patagónio.
- Carne de bovino – Quando se fala em carne na Argentina, fala-se de carne de vaca. O país tem uma produção extensiva de gado bovino nas vastas planícies dos pampas, e a cultura em torno da carne é uma parte importantíssima da identidade nacional.
- Erva-mate – Planta nativa da região, é consumida em forma de chá e tem efeito estimulante. É mais popular do que o café no país. Para além de bebida, o mate é também um ritual social, que promove a convivência e a proximidade entre as pessoas.
- Peixe e marisco – Apesar do consumo de peixe ser relativamente baixo na Argentina, o sul do país tem pratos com alguma fama internacional, como a merluza negra e o king crab (centola).
Comida da Rua na Argentina
Empanadas
As empanadas são provavelmente a comida de rua mais apreciada na Argentina. Cada região tem a sua versão típica e há até rivalidades entre cidades, cada uma jura que faz as melhores empanadas do país. Escusado será dizer que os argentinos têm um orgulho enorme nas suas empanadas!
São feitas com uma massa simples de farinha de trigo, água e manteiga (ou banha), e normalmente recheadas com carne. Mas também há versões com atum, vegetarianas, ou com outros ingredientes. As de jamón y queso e as humitas de Salta (recheadas com milho cremoso) foram das nossas favoritas. Aliás, podemos dizer que as que comemos em Salta foram mesmo as melhores que provámos, e isto depois de já termos viajado pelo Chile, Uruguai e Paraguai!
Apesar de muito associadas à Argentina, as empanadas não são exclusivas do país. Quase todos os países da América do Sul têm a sua versão típica. Os ingredientes e o formato podem variar um bocadinho, mas no fim acabam por ser bastante parecidas entre si.
Humitas e Tamales
Humitas e tamales são pratos típicos do Noroeste da Argentina, na região andina, com raízes indígenas. São também tradicionais noutros países da América Latina, como o Peru, Bolívia, Equador, México, Guatemala, entre outros.
Ambos são preparados com milho e embrulhados em folhas de milho. No entanto, as humitas são feitas com milho fresco e não têm recheio de carne, enquanto os tamales são feitos com farinha de milho e têm um recheio de carne. Podem ser cozinhados a vapor ou em água. Têm uma textura semelhante e um sabor muito característico. Além disso, são bastante saciantes, basta comer um para ficar satisfeito durante horas.
Provámos a humita e o tamale no mercado de Salta e gostámos. É um prato diferente, que pode parecer estranho ao início, sobretudo pela textura, mas recomendamos experimentar, especialmente se gosta de provar coisas novas.
Tortilla Rellena
Tortillas rellenas são tipo empanadas gigantes, feitas com massa de farinha de trigo (mais comum) ou de milho, e recheadas com uma grande variedade de ingredientes à escolha. São preparadas na rua, na hora, em grelhas a carvão. É uma comida típica do norte da Argentina, especialmente na região de Jujuy, onde se encontram por todo o lado. Sobretudo nos mercados de rua ou junto às estações de camionetas. Têm uma forte influência indígena.
É comida rápida, saborosa e prática. Dá para escolher os recheios que mais se gosta: queijo, milho, carne, vegetais… até há versões com carne de llama! E o melhor: são super baratas.
Choripán
Choripán é uma comida de rua muito popular na capital e no sul da Argentina. Também se encontra no Chile. Basicamente, é uma sande feita com pão crocante, tipo baguete, e salsicha fresca grelhada (tipo salsicha brasileira), servida com molho chimichurri por cima. É uma combinação perfeita, uma opção saborosa e barata para uma refeição rápida.
Costuma ser vendido em barraquinhas de rua ou em feiras. O choripán salvou o nosso orçamento em Ushuaia, na Argentina, já que a comida por lá era caríssima, enquanto o choripán tinha um preço acessível e era bem satisfatório.
Pizza
A pizza tem um papel importante na cultura do país, especialmente em Buenos Aires, que é conhecida por ter a maior quantidade de pizzarias por habitante no mundo. Isso deve-se à grande vaga de imigrantes italianos que vieram para a Argentina e deixaram uma forte marca na gastronomia do país, com muitos pratos italianos e várias adaptações locais.
Na Argentina, as pizzas são mais grossas e levam muito mais queijo do que as versões originais italianas. Além disso, há variações únicas, criadas no país, que foram adaptadas ao gosto argentino. As pizzas mais típicas e diferentes são:
- Fugazzeta – uma pizza sem molho, com duas camadas de massa e recheada com muito queijo no meio. É coberta com fatias de cebola tostadas no forno.
- Fugazza con queso – tem apenas uma camada de massa, queijo e muita cebola por cima.
- Pizza de cancha – uma pizza simples, vendida nos estádios, feita apenas com molho de tomate.
- Pizza arrotolata – uma pizza enrolada em forma de cilindro, mas sem molho de tomate.
- Fainá – embora não seja propriamente uma pizza, é uma torta feita com farinha de grão-de-bico, água e azeite. Costuma ser servida juntamente com a pizza. É saborosa e bastante saciante.
Para além destas, também encontras as pizzas mais conhecidas como a Margarita, Napolitana, Havaiana e todos os sabores tradicionais.
Pratos de Carne da Argentina
Milanesa
Quando visitámos a Argentina, não estávamos nada à espera que a milanesa fosse o prato nacional mais popular. Encontrámo-la por todo o país, servida em praticamente todos os restaurantes, no prato com batatas fritas ou puré, e também em sandes, vendidas por vendedores de rua. A milanesa é tão popular na Argentina que até tem um dia dedicado: o Dia da Milanesa!
A milanesa é um bife fino, normalmente de vaca (mas também existe de porco e frango), panado e frito. Tem origem italiana, da famosa milanesa de Milão, e é parecida ao schnitzel austríaco. É aquele prato de conforto que se encontra sempre e sabe bem quando apetece comer algo simples.
Também há variações, como a milanesa de llama, que se encontra mais no norte do país, e a milanesa à napolitana, que vem coberta com molho de tomate, fiambre e queijo derretido por cima.
Parrillada
A parrillada é o prato mais emblemático da Argentina, e também aquele que estávamos mais ansiosos por experimentar quando viajámos pelo país. A parrillada não é mais do que um churrasco de carne bovina, feito numa grelha especial chamada parrilla, que se ajusta sobre uma caixa de fogo com lenha ou carvão.
O que nos surpreendeu mesmo foi o tipo de carne usada na parrilla: aproveita-se praticamente tudo da vaca. Para além dos cortes mais comuns como o bife de chorizo (o nosso bife da vazia) e a costela, também se assam as miudezas, como moelas, intestinos, rins e até morcela. Por isso, é normal que ao pedir uma parrillada venha uma mistura de vários tipos de corte e carne, é uma experiência completa.
Há restaurantes especializados em parrilla, e muitos têm esplanadas com grelhas gigantes onde a carne é preparada à vista. Mas atenção: a qualidade da carne pode variar bastante, por isso convém escolher bem o restaurante onde vai provar a sua parrillada.
Além de ser um prato nacional, a parrillada está também ligada à herança cultural da Argentina e à história dos gaúchos, os vaqueiros típicos do país. Mais do que apenas uma refeição, a parrillada é um verdadeiro símbolo de amizade e família, é quase sempre um evento social, de convívio, onde se junta tudo à volta da grelha para partilhar boa comida e bons momentos.
Bife de Chorizo
O Bife de Chorizo é o corte mais emblemático e apreciado na Argentina. Corresponde a uma parte nobre da vaca, conhecida por cá como vazia, e é facilmente reconhecido pela espessura generosa e pela camada de gordura lateral que lhe dá aquela suculência irresistível.
É normalmente grelhado na brasa e servido com molhos como chimichurri ou salsa criolla, acompanhado de batatas fritas, provoleta (um queijo grelhado delicioso) e uma salada. Uma coisa importante a ter em conta: na Argentina, a carne vem quase sempre bem passada. Mesmo quando pedíamos média, vinha bem passada na mesma. Por isso, se gostas dela malpassada ou média, o truque é pedir sempre malpassada.
Também íamos com grandes expectativas em relação ao famoso bife quando viajámos pela Argentina. Só de imaginar aqueles bifes altos, tenros e suculentos já ficávamos a salivar. Mas a verdade é que ficámos bastante desiludidos. O bife que comemos não era nada de especial, nada que justificasse o preço que pagámos. Um Bife de Chorizo de 500g custava entre 40 a 50€, e os acompanhamentos vinham à parte: 8 a 10€ por um prato de batatas fritas ou por uma simples salada. Ou seja, a conta subia rápido e a experiência nunca foi tão incrível como esperávamos.
Só encontrámos um sítio, nos arredores de Buenos Aires, onde sentimos que valeu mesmo a pena: comida saborosa, bem servida e, pela primeira vez, não sentimos que estávamos a ser completamente explorados.
Provoleta
Tinha mesmo que incluir a provoleta aqui. Não é propriamente um prato de carne, mas é um acompanhamento típico nos tradicionais churrascos argentinos. A provoleta é feita com um queijo italiano de vaca, semi-duro, chamado provolone, que é grelhado na brasa até ficar crocante por fora e derretido por dentro. É temperado com orégãos e pimenta. Tem um toque salgado e sabe tão bem mergulhar o pão naquele queijo derretido.
Sempre que fores a uma parrillada ou fores comer um bife, tens mesmo de experimentar esta maravilha.
Cordeiro patagónico
O cordeiro patagónico é um prato icónico da Patagónia, tanto na Argentina como no Chile. Tradicionalmente preparado pelos gauchos, é feito com borrego aberto ao meio, preso num espeto em forma de cruz e assado lentamente sobre uma fogueira de lenha, durante 4 a 6 horas. A carne fica suculenta, a desfazer-se, e normalmente é servida com batatas e salada.
Na Argentina, é fácil encontrar restaurantes especializados em cordeiro patagónico. Basta olhar para a montra ou para a esplanada, se ver um espeto com o cordeiro a assar sobre o fogo, é ali! Para além de ser uma refeição deliciosa, é uma experiência que fica na memória.
Locro
Locro é um ensopado típico da Argentina, feito com uma combinação de carnes, feijão e milho, é até conhecido como a feijoada argentina. Os ingredientes mais comuns são carne de vaca e de porco, milho branco, feijão branco, batata-doce e cenoura. Leva temperos como sal, pimenta, páprica e cominhos, e pode-se juntar flocos de chile a gosto.
Este prato é tradicional do Noroeste Argentino, na zona dos Andes, e é perfeito para os dias frios, reconfortante, bem quente e cheio de sustância. É também presença garantida nas celebrações patrióticas de 25 de Maio, simbolizando união e identidade nacional.
Outro ensopado muito conhecido e semelhante é a carbonada, que também leva milho e várias carnes, mas inclui abóbora (podendo até ser servida dentro de uma!) e frutas secas, o que lhe dá um toque levemente adocicado.
Pratos de Peixe e Marisco da Argentina
Salmão e Truta
O salmão e a truta de água doce são muito apreciados na Patagónia, especialmente na zona de Bariloche e San Martín de los Andes.
Nos menus dos restaurantes destas cidades normalmente encontram-se vários pratos com salmão e truta: grelhados, fumados, recheados, com molho de limão ou de manteiga. Ambos os peixes são deliciosos, húmidos e super frescos. Ficámos mesmo impressionados com a qualidade e o sabor do peixe quando comemos perto de Bariloche, na zona dos lagos.
Merluza Negra (pescada negra)
A merluza negra é um dos pratos em destaque em Ushuaia. É um peixe branco, de águas profundas e frias, que pode chegar a pesar mais de 100 kg. Também é conhecido como bacalhau de profundidade ou Chilean seabass no mercado internacional. Vive nas zonas geladas à volta do Polo Sul e na região da Terra do Fogo.
Pode ser assada ou grelhada e normalmente é servida com molhos leves, como um molho de manteiga com limão e ervas. Nós acabámos por não experimentar, apesar de haver vários restaurantes a servi-la. Ficámos com alguma curiosidade, especialmente depois de sabermos que lhe chamam o “ouro branco da culinária”.
King Crab
O King Crab (centola), sem dúvida, é o prato mais famoso de Ushuaia, no sul da Argentina. É considerado por muitos como um dos crustáceos mais saborosos do planeta. Vive nas águas frias do Canal de Beagle, um habitat perfeito para esta espécie.
A centola pode ser servida de várias formas, mas a mais simples (e também a mais cara) é a centola inteira, apenas cozida em água. Também se encontra gratinada com queijo, misturada em molhos ou em sopa de centola. Nos restaurantes bons, é comum haver aquários com king crabs vivos, o que garante que é mesmo fresco. Mas atenção: nem sempre há centolas frescas por isso convém perguntar antes.
É um prato muito procurado, e há vários restaurantes especializados que chegam a ter filas de espera enormes. O problema é que é mesmo, mesmo caro. A centola já é um ingrediente caro por si só, mas em Ushuaia os preços são uma verdadeira fortuna.
Mesmo assim, decidimos fazer uma extravagância. Fomos ao restaurante El Viejo Marino, que é bastante conhecido, e pedimos uma sopa de king crab e um prato com king crab num molho, afinal, também não queríamos ir à falência. Mas, honestamente, a experiência não correspondeu às expectativas. Não sei se tivemos azar ou se simplesmente escolhemos mal, mas na nossa opinião não valeu o dinheiro que pagámos.
Doces tradicionais da Argentina
Dulce de leche
Doce de leite é base da doçaria de Argentina e da América do Sul. É utilizada em tudo, na confeção de bolos, rechear alfajores, churros, ou até barrar pão. Também pode ser comido à colher!
É feito com leite e açúcar cozinhado lentamente durante horas até ficar espeço e caramelizado. É uma delícia. Se tiver oportunidade compre um frasco ou dois na Argentina como recordação, não se vai arrepender. E não se compara com o dolce de leite que se compra na Europa.
Alfajor
O alfajor é um doce icónico da Argentina, mas também muito popular noutros países da América do Sul, como o Chile, Paraguai e Uruguai. É feito com duas bolachas moles, de massa bem quebradiça, recheadas com dulce de leche (como já falámos antes) ou marmelada. Normalmente vêm polvilhados com coco ralado, cobertos com chocolate ou simplesmente com açúcar em pó por cima.
É mesmo um doce muito popular, vai encontrá-lo em todo o lado! Pode variar no tamanho e no tipo de recheio, mas o sabor base é praticamente sempre o mesmo. Já provámos alfajores noutros países da América do Sul e, honestamente, não notámos grandes diferenças. O que muda, sobretudo, é o recheio.
Flan con Dulce de Leche ou chantili
Há doces que surpreendem pela simplicidade, mas que têm uma combinação de sabores completamente viciante. Foi exatamente o que nos aconteceu com o flan com chantili. É um doce muito comum, que se encontra um pouco por todo o mundo. Mas quando o provámos em Buenos Aires, com o flan completamente coberto de chantili, ficámos maravilhados.
O pudim flan é feito com ovos, leite e açúcar, e leva uma cobertura de caramelo. É um doce cremoso e suave, muito popular na Europa, especialmente em países como França, Espanha e Portugal. Normalmente serve-se simples, mas na Argentina decidiram dar-lhe um upgrade: acrescentam dulce de leche, chantili, ou até os dois ao mesmo tempo. Sim, como se já não fosse doce o suficiente! Mas acredite resulta mesmo bem. Recomendamos que prove!
Torta Rogel
Torta Rogel é um doce tradicional da Argentina fita com camadas de massa crocante de farinha, manteiga, gemas e água, intercaladas com uma generosa quantidade de doce de leite e coberta com merengue italiano. A combinação do cremoso do dolce de leite com a massa crocante torna a receita divinal.
Pensa-se que a origem do nome deste doce provêm da pastelaria que adquiriu a receita, e ela é comum em todo o país, mas encontramo-a com mais frequência no norte da Argentina, especialmente em Salta.
Facturas
As facturas não são propriamente um doce específico, mas sim um conjunto de pastelaria que acompanha o mate ou o café, geralmente ao pequeno-almoço ou ao lanche. São tradicionais de Buenos Aires, a capital da Argentina.
Entre os tipos mais comuns de facturas estão: as medialunas (croissants pequeninos e doces), os vigilantes (massa folhada em forma retangular, normalmente polvilhada com açúcar), as bolas de fraile (semelhantes a sonhos), entre outros. A maior parte leva massa folhada e muitos são recheados com dulce de leche ou creme pasteleiro.
Por isso, já sabe, quando fores a Buenos Aires, passe numa pastelaria típica e escolha vários destes doces para acompanhar o café. Em muitos sítios, os doces são vendidos ao peso, por isso dá para provar um bocadinho de tudo. Mas se só fores escolher um… as medialunas são obrigatórias!
Rebuçados de Coca
No norte da Argentina, no Vale de Calchaquí (região de Salta e outras províncias do noroeste), é comum encontrar nos mercados de rua muitos vendedores locais a vender rebuçados de coca e folhas de coca. Diz-se que ajudam a reduzir a fadiga e a combater o mal de altitude. Os rebuçados são pequenos, ligeiramente doces, não têm um sabor muito intenso e são agradáveis. Há ainda versões com mel.
Importa esclarecer: as folhas de coca ou os rebuçados não têm cocaína, ou melhor, têm uma percentagem muito reduzida (cerca de 0,5%) que não é absorvida pelo corpo. Não têm efeitos psicoativos nem viciantes. A cocaína, que é ilegal, tem de ser extraída da folha através de um processo químico complexo, e são precisos cerca de 200g de folhas secas para se obter apenas 1g de cocaína.
No norte da Argentina, é tradicional “coquear”, ou seja, mastigar folhas de coca. Esta prática está associada à redução da fadiga, da fome e também ajuda bastante com o mal de altitude.
Bebidas típicas da Argentina
Mate
O mate é a bebida tradicional da Argentina e é feito com erva-mate, uma planta nativa da região. É uma bebida energética e contém cafeína, substituindo o café na argentina. Além disso, é digestiva, antioxidante e rica em vitaminas e sais minerais. Prepara-se numa cuia (um recipiente tradicional feito de cabaça), que se enche com folhas moídas de erva-mate. Depois, junta-se água quente (entre 60º e 70ºC, para não queimar a erva), e bebe-se através de uma bombilla, uma espécie de canudo metálico com filtro.
Mas o mate é muito mais do que só uma bebida, faz parte da identidade argentina e da sua herança cultural. Beber mate, ou matear, como dizem por lá, é um ritual de partilha, de convívio, de estar com amigos ou colegas. Os argentinos bebem mate em todo o lado e a toda a hora, andam com a cuia debaixo do braço pelas ruas, nos transportes, nos parques… faz mesmo parte do dia a dia. É tão importante que foi declarado património cultural na Argentina.
É um ato um pouco pessoal e, apesar de os argentinos partilharem a cuia entre amigos ou familiares, não é costume servir mate em restaurantes ou cafés, cada um tem a sua própria cuia para beber. Mesmo assim, um visitante consegue arranjar forma de experimentar esta bebida de que os argentinos tanto se orgulham. Seja comprando um kit de mate nas lojas ou aceitando o convite de alguém para matear, vale a pena entrar nesse ritual tão típico e cheio de significado.
Vinhos da Argentina
Os vinhos argentinos figuram entre os melhores do mundo. Sendo o vinho Malbec o mais apreciado e exportado dos argentinos. Mas também temos que referir o Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Chardonnay e Pinot Noir que são muito bons.
Se gosta de vinhos aconselhamos que visite a região de Mendoza, responsável por cerca de 70% da produção nacional. Pode fazer vários tours de degustação e aproveitar para visitar os Andes.
Guarde para ler mais tarde